A empresa revela que o cenário tem como gatilho a continuidade do fenômeno La Niña, que apesar de ser de fraca a moderada intensidade, deve trazer efeitos clássicos ao Brasil. Ou seja, uma redução das chuvas no sul do país e mais precipitações no Norte.
Na última semana, a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos elevou a probabilidade de ocorrência do La Niña entre outubro e dezembro de cerca de 90% para 95%, confirmando um terceiro ano seguido do fenômeno.
A Zeus Agrotech indica que grande parte do Rio Grande do Sul, assim como o oeste de Santa Catarina e do Paraná, apresenta previsão de precipitações de 120 a 150 milímetros abaixo da média entre novembro e janeiro. Isso não significa que haverá uma ausência total de chuvas, mas as precipitações poderão ter episódios mais espaçados, com riscos de veranico.
Na última safra, o fenômeno La Niña foi responsável por uma quebra na safra de soja do Brasil de mais de 10 milhões de toneladas em comparação com o ciclo 20/21 devido à falta de chuvas em algumas áreas do país. Neste ano, é possível observar que algumas regiões da América do Sul, como a Argentina, começam a sofrer com o tempo seco e, consequente, atraso no plantio.
Expectativa
Conforme os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Emater-RS, o desempenho das lavouras de soja no sul do país deve apresentar melhora na safra 2022/2023 quando comparado ao último ciclo.
No Rio Grande do Sul, a estimativa é que sejam plantados 6,6 milhões de hectares. A projeção é de uma colheita de 20,5 milhões de toneladas no ano que vem, um aumento de 124% em relação à safra passada, que foi de 9,1 milhões de toneladas.
Segundos os dados apresentados pela Emater-RS e o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), o Estado deve reduzir em praticamente 10% a área do plantio do arroz. O que deve representar praticamente 100 mil hectares a menos. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil, responsável por cerca de 70% da produção do país.